Será que estou traindo?
Costumo entrar em salas de bate papo e conversar com outros homens, meu marido não sabe, será que isso é uma traição?
Não é raro mulheres casadas ou comprometidas entrarem em salas de chat para conversar com outros homens. Conversa vai, conversa vem, e logo as intimidades começam a ser compartilhadas e fantasias construídas.
Para o homem, que está do outro lado teclando, isso geralmente não passa de um jogo de sedução sem a menor consequência. Mas, com relação à mulher, é comum que ela levante dúvidas sobre o seu próprio comportamento.
Isso ocorre porque a "virtude sexual feminina" ainda carrega valores morais tradicionais e, em alguns casos, a honra familiar também está em jogo.
A palavra traição vem do latim tradere, cujo amplo sentido exprime toda “ação que contravém à fidelidade, à fé jurada, ou à lealdade devida”, segundo o Vocabulário Jurídico. Isso quer dizer que qualquer ação que rompa com tudo o que está estabelecido em relação à confiança (de uma ou de ambas as partes) é considerado traição.
Pensando nesse sentido, quebrar regras que estão implícitas para o convívio do casal - como conversar sobre assuntos que desvelem a intimidade com outras pessoas ou simplesmente fazer contatos às escondidas - pode ser o bastante para que alguém se sinta o traidor naquela relação. E isso é bem fácil de entender: só escondemos algo quando entendemos que aquilo não é permitido.
Em nossa cultura, relacionamos fidelidade com monogamia e, assim, a relação conjugal se constrói a partir de um número variado de regras, que regerão a conduta dos pares - e esses, por vezes, sentirão desejo de transgredi-las. Mas quando de fato a transgressão acontece, seja pela via virtual ou real, pode ser muito difícil lidar com um sentimento chamado culpa e que, geralmente, leva a pessoa se perguntar: “será que estou traindo?”
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