O sexo é um prazer tão fundamental para a sobrevivência da nossa espécie que é foco de estudos de psiquiatras há anos.
Mas, agora, outras áreas começam a se debruçar sobre o tema para entender o comportamento sexual dos animais – e, por que não, desvendar de vez as diferenças evolutivas entre homens e mulheres.
Como é o cérebro, e não os órgãos genitais, que rege todo o comportamento na hora H, neurologistas passaram a investigar os estímulos e as respostas neuroquímicas. O grupo liderado por Janniko Georgiadis, pesquisador do Centro médico universitário Groningen, na Holanda, verificou em artigos e novas técnicas de imagens neurais que a pessoa passa por um ciclo curto, mas com várias fases durante o sexo. Além disso, ele verificou que só algumas regiões cerebrais são responsáveis por estas etapas, como motivação, estímulo, consumação e saciedade.
Como o ato sexual afeta apenas algumas regiões cerebrais, elas passam a ser “multitarefas” e a acumular importantes funções para o ciclo, descreve Georgiadis, em artigo na revista Nature. A amígdala, conhecida por ser a “central agressiva” do cérebro, é responsável por toda a sistematização do ato, desde o começo da excitação até o fim do orgasmo, por exemplo.
O orgasmo revela algumas das diferenças entre os gêneros. Nas mulheres, o fluxo sanguíneo cerebral fica intenso com a aceleração da frequência. Há também estímulo no córtex pré-frontal, em especial nas regiões dorsal (ligada à atenção) e ventral (que afeta as emoções), com o ápice do prazer. Já nos homens, a ejaculação afeta o córtex cingulado (envolvido, basicamente, no processo emocional) e o hipotálamo lateral (relacionado à agressividade).
Com a queda da excitação, uma nova rede ativa o córtex pré-frontal ventral, o cingulado rostral (que correponde à ansiedade e expectativa) e o hipotálamo anterior no cérebro. Ao chegar ao prazer, o cérebro sinaliza ao corpo a transição entre a fase do querer e da saciedade, impedindo temporariamente que as pessoas voltem ao ciclo.
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