Sabe aquela velha história de que quando alguém está irritado as pessoas comentam: "É falta de sexo"?
Pois bem, de acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, publicada na revista Nature, isso pode ser verdade! O estudo, com gatos e roedores, comprovou que a região que estimula eletricamente o comportamento de ataque é desligada no momento do acasalamento. Ou seja, como um botão de liga e desliga esses animais se tornam extremamente dóceis durante o coito.
Pegamos essa análise e transferimos para uma relação com o ser humano, teria semelhanças? Conversamos com a sexóloga Dra.
Carla Cecarello, presidente da Associação Brasileira de Sexualidade, para sabermos mais sobre o assunto.
"Depende de como é feito o sexo", começou a explicar a especialista. "O sexo praticado com alguém que você tem vontade de estar e se sente atraído, faz toda a diferença", continua a doutora, que fez questão de esclarecer que não é necessário ter um relacionamento estabelecido para se alcançar um bom resultado no sexo, pode ser "uma noite e nada mais", como disse.
A atividade sexual contribui para o relaxamento do corpo. "É uma atividade física muito considerável, tanto que a Sociedade de Cardiologia demonstrou que a mesma quantidade de oxigênio que a gente precisa no cérebro durante o orgasmo é a mesma necessária para se caminhar 1Km e meio durante 20 minutos ou subir dois lances de escada", diz Dra. Carla. "O batimento cardíaco aumenta, a respiração acelera e cria-se uma certa tensão, que relaxa após o orgasmo e isso é desestressante".
Renata Pedroso, de 22 anos, técnica em segurança do trabalho, concorda com os resultados da pesquisa em relação ao corpo feminino: "Sexo é igual a um ‘descarrego’, você vai ao estágio Nirvana e depois fica super bem. Me deixa tranquila, dócil, calma e fácil para outra", releva.
Porém, não é qualquer sexo que leva ao relaxamento. Tem que ser feito corretamente. As regras?
Dra. Carla conta: "Se não existir vontade ou atração, ao invés de se ter satisfações, o sexo trará problemas. O homem que tem que ‘cumprir o papel’ ou a mulher que tem que ‘prender o cara’, são motivos muito comuns, mas que desestabilizam a relação sexual. Daqui um tempo a mulher não tem mais orgasmos e o homem pode não ter uma ereção", explica.
Então fica cada vez mais claro o papel de ‘prazer’ que o sexo tem e que muitas vezes é confundido com ‘dever’. Renata conclui: "Quando ambas as partes querem, faz com que tudo seja perfeito, é ótimo"!
Vale lembrar as outras vantagens que o sexo bem realizado traz: "Durante o sexo são liberadas substâncias importantes, a citocina, por exemplo, ou o estrogênio na mulher, que melhora a pele, o cabelo e influencia automaticamente na auto-estima".
Em 2002, a Organização Mundial da Saúde deixou claro os quatro pilares para se ter uma boa qualidade de vida: Trabalho, Lazer, Vida em Família e o Sexo. "Claro que não podemos generalizar e dizer que todas as pessoas que são irritadas e nervosas são assim por não fazerem sexo frequentemente, mas podemos afirmar que o sexo pode influenciar sim o seu bem-estar", nos esclarece a presidente da Associação Brasileira de Sexualidade.
Nós, seres humanos não nascemos com um botão de liga e desliga do estresse, como os gatos ou roedores. Porém já temos ferramentas úteis, que nos deixam mais aliviados da tensão do dia a dia, e agora sabemos utilizá-las direitinho. Só não podemos nos esquecer de uma coisa: camisinha!
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