Os cinco sentidos têm funções essenciais durante uma relação sexual. São eles os responsáveis pelo elo entre as sensações e a mente. Sem eles nada chegaria ao cérebro, o responsável pela decodificação destes estímulos.
"Definimos os sentidos como uma porta de comunicação do mundo exterior e o interior", revela Celso Marzano, urologista, terapeuta sexual e diretor do CEDES - SP (Centro de Orientação e Desenvolvimento da Sexualidade). Cada imagem, cheiro, toque, som e gosto têm um significado para o nosso cérebro. "O ato sexual é basicamente uma atividade sensorial que utiliza os cinco sentidos", explica o profissional.
Segundo Celso Marzano, a pele é maior órgão sexual do ser humano. Isso porque nela sentimos dor, frio, calor e prazer. "O tato (toque e carinho) que a mulher interpreta como intimidade e o homem como preparo para o sexo libera ocitocina que é um mediador cerebral do prazer", elucida o especialista. Já os estímulos auditivos seriam mais eficientes nas mulheres, os murmúrios atiçam os receptores periféricos dos ouvidos. A voz da pessoa amada é como um poderoso estimulante.
Quando as pessoas dizem: "Tem que ter química", podem estar se referindo ao cheiro, uma vez que ele aproxima os casais. Outro fator importante está relacionado à degustação. "O beijo durante o ato sexual mantém o vínculo de excitação e intimidade entre os parceiros como se fosse um estímulo contínuo de prazer", garante o terapeuta.
A visão é o sentido mais complexo e sua função começa muito antes do sexo. É ela que analisa os requisitos físicos, decidindo se haverá ou não uma maior interação entre os casais. "Os órgãos sexuais não são considerados belos sob o ponto de vista estético, mas tornam-se atraentes e desejáveis na medida em que o sujeito é influenciado pela emoção e pela fantasia", justifica Marzano.
De acordo com o terapeuta sexual, é a paixão e o amor que estimulam todos os sentidos. Além disso, as fantasias sexuais, a sedução e até a aproximação física ajudam. Há momentos em que vários sentidos são utilizados ao mesmo tempo, no caso do sexo oral e do beijo, que empregam tato, paladar e olfato.
A relação sexual, segundo o terapeuta, "não começa no começo e nem termina no final": "O ‘antes do antes’ tem inicio com as posturas corporais ou expressões faciais que demonstram excitação, desejo e volúpia, onde as construções de fantasias eróticas aparecem e fazem com que homens e mulheres entrem com mais facilidade na relação sexual propriamente dita". "No ‘depois do depois’, ou seja, a manutenção do desejo, é demonstrada no aconchego, no ficar juntos, na intimidade e nas confidências", finaliza Marzano.
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